Um dia a gente percebe que não sorri mais como antigamente. Que o sorriso deve ser sob medida... Nem muito, nem pouco. E, principalmente, não deve ser fora de hora (só que a gente não aprende que tem hora certa pra sorrir...) As crianças sorriem com tanta naturalidade que, mesmo em prantos, conseguem nos tirar um leve sorriso... suave, mas colorido.
Um dia então a gente percebe que já não gosta de pirulitos, que o biscoito recheado é enjoativo, que aprendemos a assoviar e que o algodão doce não desperta qualquer desejo outro, senão o de lavar as mãos.
Quando a gente percebe essas pequenas coisas, começa a perceber que aquele coleguinha de infância e que vemos todos os dias não é mais que um estranho. Que mal sabemos travar uma conversa com alguém que não seja pela internet ou pelo celular. Que não basta ter um aparelho, pois a briga pelos bônus nos faz carregar o peso de dois ou três , que tocam ao mesmo tempo! Tempo... o que é mesmo???
È... Isso tudo não nos deixa perceber que é a exigüidade do tempo que nos faz dar pouca importância ao outro. Que quando alguém pergunta se está tudo bem ou como vão as coisas, não tem tempo para ouvir a resposta.
E depois de um longo tempo passa a perceber que os sorrisos todos perderam as cores. Só o amarelo prevalece. Sorriso de arco íris é próprio das crianças e sentimos saudade. Palavra que possui a forma de lágrima.
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